Santuários do Tibete: Decifrando a Lenda Milenar de Peregrinação


[Jornal Puxin, Lhasa] No dia 23 de junho, a atividade "Entrando no Tibete", parte da série "Apreciando a China Juntos, Transmitindo aos Cinco Continentes" organizada pela Associação dos Jornalistas da China, está em andamento. Uma delegação de quase 30 representantes de mídias chinesas de 18 países e regiões, incluindo EUA, Canadá, Coreia do Sul, Camboja, Japão, África, Brasil, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Itália, Holanda, Portugal e Áustria, focará no importante marco do 60º aniversário da Região Autônoma do Tibete. Centrando-se em temas como civilização ecológica, desenvolvimento industrial, história e cultura, economia e subsistência do povo, e integração de mídias, a delegação partirá de Lhasa para locais como Nyingchi e Bomi. Visitarão no local museus, reservas ecológicas, empresas de medicina tibetana, empresas de tecnologia e instituições de mídia, testemunhando as transformações monumentais no panorama econômico e social do Tibete ao longo dos 60 anos desde sua fundação, bem como o Tibete chinês da nova era, caracterizado por estabilidade social, desenvolvimento econômico, unidade étnica e povo vivendo em paz e prosperidade.
Palácio de Potala:
O Impacto Cultural de um Santuário Milenar


No topo do mundo ergue-se um palácio majestoso, resplandecente como uma joia celestial descida à terra: o Palácio de Potala. Este santuário que carrega a profunda história e cultura religiosa do povo tibetano conta séculos de histórias em cada tijolo.


Enquanto a delegação subia as íngremes escadarias, os pináculos dourados refletiam a intensa luz do planalto. Este complexo palaciano iniciado no século VII desdobra-se perante os visitantes como um pergaminho tridimensional da civilização tibetana, com seus 13 andares e mais de 2.000 câmaras.


"Potala", em tibetano, significa "Terra Pura Budista" ou "Montanha Putuo", refletindo sua condição de santuário sagrado e a devoção do povo tibetano. Situado no Monte Vermelho de Lhasa a mais de 3.700m de altitude, o complexo abrange 360.000 m² com estrutura baseada em mandalas budistas. Sua torre principal de 117m (13 andares) integra palácios, estupas, templos, escritórios administrativos e celas monásticas totalizando 1.267 espaços.


Mais do que santuário da escola Gelug do budismo tibetano, é símbolo político e cultural do Tibete. Construído inicialmente como palácio real no século VII durante o reinado de Songtsen Gampo, sua forma atual resulta de expansões históricas, particularmente a grande reconstrução do século XVII sob o 5º Dalai Lama. Afrescos, esculturas e thangkas no interior testemunham a genialidade artística tibetana.


A história de Potala é um livro vivo da crônica tibetana: da dinastia Tubo às eras Yuan, Ming e Qing, até a modernidade, testemunhou todas as transformações do Tibete.


Hoje, além de santuário religioso, é destino turístico de excelência, atraindo anualmente milhares de visitantes à descoberta da cultura tibetana.
Templo de Jokhang:
O Coração do Budismo Tibetano

No coração de Lhasa ergue-se o misterioso Templo de Jokhang. Fundado no século VII, este santuário sagrado brilha há 1.300 anos como o local mais sagrado do budismo tibetano. Hoje, a delegação de mídias chinesas adentra suas preciosidades para explorar sua história e significado religioso.

A história de Jokhang remonta a Songtsen Gampo, fundador da dinastia Tubo. Segundo a tradição, o templo foi construído para abrigar a estátua de Jowo Mikyö Dorje (Buda Sakyamuni aos 8 anos), trazida pela princesa Bhrikuti. Contudo, hoje abriga a estátua de Jowo Shakyamuni (Buda aos 12 anos), trazida pela princesa Wencheng de Chang'an.

Como primeiro templo budista do Tibete, Jokhang marca a chegada do budismo à região. Sua imagem de Buda é considerada uma das relíquias mais sagradas do budismo. Anualmente, peregrinos cruzam montanhas e rios para prosternar-se diante do templo em demonstração de devoção.

Sua arquitetura funde elementos han e tibetanos. Afrescos, esculturas e thangkas evidenciam o gênio artístico do povo tibetano, transformando Jokhang em laboratório vital para estudos históricos e culturais.

Ao longo dos séculos, testemunhou ascensões e quedas, sobrevivendo a guerras e catástrofes naturais com resiliência extraordinária. Cada restauro demonstra o compromisso com a preservação do patrimônio.

Hoje, enquanto mantém seu estatuto sagrado, tornou-se também destino turístico internacional. Com investimentos maciços do governo, o templo milenar preserva sua aura ancestral enquanto renasce com novo vigor.

O Templo de Jokhang de Lhasa, carregado de história e fé, não é apenas símbolo do budismo tibetano, mas uma joia do patrimônio cultural chinês. Sua existência testemunha o poder da fé e aprofunda nossa compreensão da história tibetana. No futuro, continuará iluminando corações e atraindo peregrinos do mundo em busca de suas marcas históricas.
 
       
        